Na casa dele tem um moedor de lixo na pia como o dos Flintstones e os melhores grãos e métodos de passar um café. Logo eu que filtrei café num pano de prato em profundo desespero da ausência do de papel.
Pés sujos e inchados, esmalte descascado, coxas assadas e caminhar arrastado.
Lentamente estou me transformando num monstro guloso e mesquinho. Chifruda que empaturrada de comida perde seu tempo e saúde em recuperar o fôlego em segurança.
Hoje passei um café ruim na minha casa e comi ovos mexidos como faço pra ele. A língua amarga da bebida açucarada e sentimentos ruins. Será que tode mundo sente essa necessidade de responder a pergunta mais difícil de todas?
Como amar sem se perder? Sem mergulhar em ti e respirar combinado? Quando estou muito perto de você parece que vira um mesmo, que clichê! Mas o que fazer quando olho pra você e tô me vendo? Longe, logo nos primeiros dias de distância se te reencontro já não sei com quem tô falando.
É possível viver sem estar nessa outra parte que também te ocupa? I wish e wisho com toda a força e mistério da minha existência.
Por que dói? É que dá medo!
Aprecio meus momentos de solidão, que nada. É que ultimamente tenho estranhado meu espelho e minhas roupas também me estranham. Eu tô virando um monstro engolidor de sacaroses. Salivo, sonho, desejo… Sozinha vou me reconhecendo aos poucos, as inquietações despertam ao olhar questionador. O que está acontecendo com você? Que lágrimas cristalizadas são essas? Quem te deu o direito de esquecer?
Nessa mística de monstro três entidades me acompanham, uma luz, a sombra e o invisível.
Adoeci meu corpo. Sinal de alerta! Pressão baixa, dor no peito...agora selfie só mostra minhas escamas crescendo, o casco duro pesando, rosto paralisado num esgar contínuo. Who is dat grrl nesse selfie fulero?
Tô existencialista, affe, mim dêxa. Passarinha perdida do ninho, cantarolando a música dele num loop mental eterno. Como se dragões chorassem… me jogo eu mesma sem intenção de afogar, mas afogo.
A luz aponta, a sombra engole e o invisível ri.
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